sábado, 30 de outubro de 2010

Senhor ensina-nos a orar...

Os discípulos de Jesus tinham crescido numa cultura que dava grande importância à oração. Eles deveriam estar familiarizados com as muitas orações registradas no Velho Testamento; talvez tivessem memorizado algumas delas. Sem dúvida, tinham ouvido os pais devotos orar, e podemos ter certeza de que, nas sinagogas ou nas esquinas das ruas, tinham ouvido os fariseus orando. Entretanto, quando ouviram Jesus orar, reconheceram uma nova dimensão na comunicação com Deus.

"De uma feita, estava Jesus orando em certo lugar; quando terminou, um dos seus discípulos lhe pediu: Senhor, ensina-nos a orar como também João ensinou aos seus discípulos"
(Lucas 11:1).

Muitos fatos importantes são entendidos neste pedido:

Primeiro, os discípulos viam em Jesus o valor da oração. Eles viam como ele orava freqüentemente, não porque tinha chegado certa "hora de oração", mas por causa de seu senso de necessidades. Sem dúvida, eles já tinham visto o que foi tão claramente demonstrado mais tarde no jardim: a força que ele ganhava com a oração. Eles queriam saber como aproveitar essa fonte de força e receber os benefícios que estavam tão obviamente disponíveis para ele na oração.

Segundo, eles reconheciam o valor da instrução. Poderia se supor que qualquer um que crê em Deus deveria ser capaz de falar com ele fácil e naturalmente. Contudo, é aparente, mesmo ao observador casual, que alguns oram melhor do que outros e que o ensinamento é útil neste assunto importante. João tinha ensinado seus discípulos a orar e os discípulos do Senhor sentiam como eram inadequados e como tinham necessidade da ajuda dele.

Finalmente, eles identificaram Jesus como o melhor mestre possível. E não era de se admirar! Ele conhecia o Pai melhor do que qualquer outro o conheceu. Tendo existido "em forma de Deus" e tendo se esvaziado, "assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens", ele entendia mais plenamente do que qualquer outro homem a fraqueza da humanidade e a necessidade de assistência divina. E, melhor do que qualquer mero humano, ele entendia a sabedoria de Deus para saber o que é melhor para o homem, o poder de Deus para dá-lo, e o amor de Deus que está disposto a ouvir os apelos de seus filhos. Ele sabia o que tinha acontecido no céu, em resposta às orações de homens como Moisés e Daniel. Quem melhor poderia ensinar os discípulos a orar? Quem pode ensinar-nos melhor?

Jesus nos ensina o que a oração é. Muitos pensam que ela seja uma simples lista de coisas que queremos que Deus nos dê ou serviços que queremos que ele nos preste. Alguns vão um pouquinho mais longe para incluir os agradecimentos. "Súplicas com ações de graças" (Filipenses 4:6) são apropriadas à oração, mas estas somente não são suficientes para definir a oração. Este entendimento inadequado do que a oração é pode bem explicar por que gastamos tão pouco tempo em oração; não leva muito tempo para recitarmos nossa lista de carências e talvez menos tempo para listar as coisas pelas quais somos gratos. Quando Jesus passou noites inteiras em oração, não foi porque ele tinha uma lista de coisas tão grande pelas quais pedir ou dar graças. Foi porque ele estava falando com seu Pai e com seu mais íntimo amigo. É isto que a oração é: falar com Deus, falando nossos pensamentos a ele como faríamos a um amigo. Quem entre nós sente que aprendeu fazer isto como Jesus fazia? Temos esperança de que cada leitor deste artigo sinta a mesma necessidade das instruções do Senhor que os primeiros discípulos sentiam.

Sewell Hall.

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